
A edição 2025 do Non-GMO Summit Brasil consolidou-se como o principal ponto de encontro da cadeia de produção não transgênica no país. O evento foi realizado nos dias 25 e 26 de março, com sua abertura sediada na unidade corporativa do Banco do Brasil, em Brasília (DF).
A programação foi aberta com a presença de importantes representantes nacionais e internacionais. Estiveram presencialmente no evento o Dr. Michael Suedbeck, representando a VLOG – Food without Genetic Engineering, que compartilhou atualizações regulatórias do mercado alemão, e Vanderley Ziger, Secretário de Agricultura Familiar e Agroecologia do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que destacou o compromisso do governo federal com modelos agrícolas sustentáveis e diversificados, incluindo a produção não transgênica.
De forma online, participaram Heike Moldenhauer, representando a European Non-GMO Industry Association (ENGA), e Emese Van Maanen, da ProTerra Foundation, trazendo contribuições relevantes sobre as exigências do mercado europeu e estratégias de sustentabilidade para o setor.
“Nosso objetivo sempre foi reunir os principais elos da cadeia Non-GMO em um ambiente de troca genuína, atualização técnica e construção de soluções conjuntas. E neste ano conseguimos dar mais um passo importante nessa direção”, afirmou Guilherme Thomazzi, coorganizador do evento.
Durante o primeiro dia, os participantes acompanharam uma série de painéis que discutiram temas como as demandas dos mercados europeu e asiático, padrões internacionais de certificação, o papel das análises laboratoriais na conformidade e a importância da rastreabilidade em toda a cadeia de suprimentos.
“Desde o ano 2000, agricultores brasileiros — especialmente cooperativas e produtores independentes — têm conseguido agregar valor significativo à sua produção ao atender mercados exigentes como Europa e Ásia com soja não transgênica. No entanto, esse potencial está sendo ameaçado. A produção de soja convencional no Brasil segue em queda, mesmo com o crescimento da safra nacional, principalmente pela falta de articulação entre os elos da cadeia. Estamos diante de um risco real de perder um mercado estratégico e de alto valor agregado. Proteger e expandir essa produção é essencial para preservar a renda de agricultores e processadores brasileiros.” — Johnny Drescher, CEO da Drescher Consulting.
Ele também alertou que o momento exige ação coordenada e urgente entre a iniciativa privada e os agentes públicos, a fim de evitar o enfraquecimento de uma cadeia que gera renda, sustentabilidade e protagonismo internacional para o Brasil.
No segundo dia, a programação seguiu com uma visita técnica à Embrapa Cerrados, onde os participantes foram recebidos pelo Chefe-Geral e pesquisador Sebastião Pedro da Silva Neto, que apresentou pesquisas voltadas à sustentabilidade da produção agrícola no bioma Cerrado.
A programação se encerrou com uma visita à Fazenda da Sementes Quati, em Goiás — referência nacional em produção não transgênica. Recebidos por Jones Petry e Luiz Fiorese, os visitantes puderam conhecer de perto os processos de manejo, segregação, rastreabilidade e boas práticas aplicadas à produção de sementes convencionais.

“A cadeia dedicada e certificada sob o selo Non GMO abrange uma ampla magnitude de critérios de sustentabilidade que vai ao encontro da crescente demanda global por maior rigor nas cadeias de suprimento, como por exemplo a garantia de não desmatamento e baixas emissões de carbono. Em harmonia com a produção Europeia, cuja regulamentação exige a ausência de GMOs, a produção brasileira pode entregar a escala de volumes necessária para a produção de proteínas de origem animal sob o selo NonGMO. O Summit tem papel fundamental ao conectar ciência, mercado e sustentabilidade nas duas pontas, em torno da produção agrícola de soja brasileira e o mercado consumidor no varejo Europeu”, destacou Fernando Nauffal, coorganizador do evento.
A edição de 2025 reforça o papel do Non-GMO Summit como uma plataforma de alto nível técnico e estratégico, promovendo a integração entre ciência, mercado e sustentabilidade — e fortalecendo o Brasil como fornecedor confiável de produtos livres de organismos geneticamente modificados.
A iniciativa foi organizada pelo Instituto Soja Livre, com apoio da FoodChain ID, e contou com o patrocínio das seguintes instituições e empresas: VLOG – Food without Genetic Engineering, European Non-GMO Industry Association (ENGA), ProTerra Foundation, Instituto Soja Livre, FoodChain ID Brasil, Factum Consultoria, Sementes Quati, Caramuru Alimentos S.A., APROSMAT – Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso, Terra Way, Sementes Estrela do Cerrado e A1 Comexport.